Marta tem aparecido cada vez menos ao lado de Boulos desde que Marçal destacou seu papel como secretária de Nunes, confirma que as duas candidaturas fazem parte do mesmo grupo político
Desde que Pablo Marçal (PRTB) expôs a ligação de Marta Suplicy (PT) com a gestão de Ricardo Nunes (MDB), apontando que a vice de Guilherme Boulos (PSOL) foi secretária de Relações Internacionais do atual prefeito, a ex-prefeita tem reduzido sua presença na campanha. A ausência dela tem levantado questionamentos entre aliados, que veem nela um trunfo importante na disputa pela prefeitura de São Paulo, mas observam sua participação cada vez mais pontual e limitada a comícios e debates.
Embora a campanha justifique a ausência de Marta como parte de uma estratégia complementar para alcançar diferentes públicos e até por questões de saúde, sua escassa participação não passa despercebida. Desde o início da campanha, a ex-prefeita compareceu a apenas seis dos 40 eventos realizados por Boulos, incluindo comícios e debates. Sua presença se restringiu a momentos-chave, como a convenção partidária em julho e o lançamento do plano de governo em agosto.
O papel ambíguo de Marta na campanha de Boulos
A assessoria de Marta alega que a ex-prefeita continua envolvida na articulação política e na estratégia de marketing da campanha, gravando conteúdos para programas eleitorais e aparecendo em imagens de eventos com o Presidente Lula. No entanto, Marta tem evitado entrevistas coletivas e se retira rapidamente após os compromissos, deixando Boulos como a principal voz da chapa.
Marçal tem usado a participação de Marta na gestão de Nunes para reforçar a narrativa de que Boulos e Nunes fazem parte do mesmo grupo político, o que tem aumentado a pressão sobre a campanha. A presença de Marta, que rompeu com o PT em 2015 após uma série de críticas ao partido, é vista como um ponto fraco explorado pelos adversários para questionar a integridade da chapa.
Apesar das críticas, Boulos continua destacando a importância de Marta durante seus discursos, principalmente nas periferias, onde ela tem uma forte aceitação. Ainda há expectativas de que Marta intensifique sua participação nos próximos eventos, como visitas ao Mercado Municipal, consideradas paradas obrigatórias para qualquer candidato à prefeitura de São Paulo.