O salário mínimo no Brasil sobe para R$ 1.518, um aumento de 7,5%. Entenda o impacto dessa mudança para milhões de brasileiros
A partir dessa quarta-feira, 1º de janeiro, o Brasil passa a ter um novo salário mínimo de R$ 1.518,00. Esse valor representa um aumento de R$ 106,00, ou 7,5%, em comparação ao salário vigente de 2024, que era de R$ 1.412,00.
O reajuste segue a política definida pelo Congresso Nacional e leva em consideração a inflação dos últimos 12 meses, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 4,84%. Além disso, há um ganho real de 2,5%, que reflete o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023.
Com esse reajuste, o salário mínimo será ajustado de acordo com a nova regra estabelecida pelo arcabouço fiscal aprovado em 2023, que fixa um ganho real de 0,6% a 2,5% até 2030. A medida limita o crescimento do salário mínimo, especialmente quando comparado ao período anterior, que garantia a reposição da inflação mais 3,2% de ganho real.
Impactos do reajuste
O aumento do salário mínimo afeta diretamente a remuneração de cerca de 59 milhões de brasileiros. Isso inclui empregados formais, trabalhadores domésticos, autônomos e beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Além disso, o novo valor impacta diretamente os pagamentos de aposentadorias, pensões, e outros benefícios sociais.
A mudança no salário mínimo também afeta benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o abono salarial (PIS-Pasep), que são calculados com base no valor do salário mínimo. O reajuste também beneficia aproximadamente 7,35 milhões de trabalhadores que acionaram o seguro-desemprego, além de cerca de 19 milhões de aposentados e pensionistas.
Estimativas da empresa Tendências Consultoria apontam que a nova política de reajuste gerará uma economia de R$ 110 bilhões nos gastos públicos até 2030, com R$ 2 bilhões previstos para 2025.
Histórico
Getúlio Vargas criou o salário mínimo no Brasil em 1936. Entre 2003 e 2017, o valor do salário teve um ganho real significativo de 77%, superando a inflação. No entanto, o governo interrompeu a política de valorização do salário mínimo entre 2018 e 2022.
Com a implementação do novo decreto, o governo busca equilibrar os gastos públicos, embora com um aumento menor do que o esperado por muitos trabalhadores, devido à nova regra que limita os ganhos reais.