PF deflagra operação “Marco Zero” contra simulação de sequestro por candidatos em Minas, visando manipular eleitores e obter votos
Investigação da PF
A Polícia Federal lançou nesta segunda-feira (9), a Operação Marco Zero para apurar crimes eleitorais em Minas Gerais. Segundo a PF, candidatos a prefeito e vereador forjaram sequestro em 2024 para ganhar apoio. A ação envolve dez mandados judiciais: oito de busca e apreensão e dois de prisão temporária. As diligências ocorreram em Congonhal, Senador José Bento, Ibitiúra de Minas, Andradas e Siqueira Campos (PR).
O caso, originado na Polícia Civil de Minas e encaminhado à PF, foi classificado como crime eleitoral. A Justiça Eleitoral de Pouso Alegre autorizou as prisões para aprofundar as investigações.
Simulação do sequestro
No dia 3 de outubro de 2024, véspera do primeiro turno, o carro de campanha dos candidatos foi encontrado com marcas de tiros em uma área rural de Senador José Bento. Pouco depois, os políticos apareceram com ferimentos leves em uma rodovia de São Paulo. Na ocasião, o episódio provocou grande comoção local. Agora a PF investiga se os candidatos encenaram a cena para impactar emocionalmente os eleitores e influenciar o resultado das eleições.
Possíveis crimes e consequências
A investigação pode resultar em ações por falsidade ideológica, comunicação falsa de crime, fraude processual e crime eleitoral. Entre os investigados estão Natan da Saúde, ex-candidato a prefeito, e Thiago Rubens Martyr da Silva, eleito vereador pelo PSD. Natan disputou a eleição, mas não conseguiu se eleger, mesmo com 44,8% dos votos, enquanto Thiago recebeu 138 votos e conquistou a cadeira na câmara.
O caso destaca o uso de desinformação e manipulação emocional no processo eleitoral. A PF aponta que essa estratégia visa gerar envolvimento emotivo para agregar votos. Esse tipo de crime eleitoral fere a transparência esperada nas eleições. Especialistas afirmam que episódios forjados prejudicam a confiança do eleitorado e abalam a integridade do pleito.