Filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” vence o Oscar de Melhor Filme Internacional, marcando uma conquista inédita para o Brasil na premiação
Melhor Filme Internacional
O cinema brasileiro brilhou na 97ª edição do Oscar, realizada na noite deste domingo (2) em Los Angeles. “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles, venceu na categoria de Melhor Filme Internacional, tornando-se a primeira produção nacional a conquistar a estatueta na história da premiação.
O longa superou concorrentes de peso como “Emilia Pérez” (França), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha), “A Garota da Agulha” (Dinamarca) e “Flow” (Letônia). Ao receber o prêmio, Salles dedicou a conquista a Eunice Paiva, esposa do ex-deputado Rubens Paiva, cuja história inspirou o filme. Ele também exaltou o trabalho das atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, fundamentais para a narrativa da produção.
A vitória na categoria de Melhor Filme Internacional não foi a única grande conquista para o Brasil na noite do Oscar. Fernanda Torres foi indicada ao prêmio de Melhor Atriz, repetindo o feito de sua mãe, Fernanda Montenegro, indicada em 1999 por “Central do Brasil”. No entanto, a estatueta acabou nas mãos de Mikey Madison, protagonista de “Anora”, filme que dominou a premiação com cinco vitórias.
Apesar de não ter levado o prêmio, Fernanda Torres celebrou a visibilidade que sua indicação trouxe para o cinema nacional. “Estar aqui representando essa história e o Brasil já é uma grande vitória”, afirmou a atriz após a cerimônia.
Celebração nacional e impacto cultural
A conquista de “Ainda Estou Aqui” coincidiu com o período do carnaval, gerando um clima de celebração no Brasil. Máscaras de Fernanda Torres e Selton Mello, que interpretou Rubens Paiva, foram vistas em blocos e desfiles pelo país. Bonecos gigantes e fantasias inspiradas no Oscar também marcaram presença na folia.
O sucesso do filme impulsionou o livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, que voltou ao topo das listas de mais vendidos. Além disso, a obra reacendeu debates sobre a ditadura militar brasileira e suas consequências, especialmente após a recente retificação da certidão de óbito de Rubens Paiva, agora reconhecendo sua morte como assassinato pelo Estado brasileiro.
A vitória de “Ainda Estou Aqui” representa um marco para o audiovisual brasileiro, abrindo portas para novas produções nacionais no cenário internacional. Antes do Oscar, o filme já conquistara prêmios em festivais como Veneza e no Goya, consolidando sua trajetória de sucesso.
Com esse reconhecimento, especialistas acreditam que o cinema nacional pode ganhar ainda mais força, atraindo investimentos e ampliando sua presença em grandes premiações mundiais. A expectativa agora é que essa conquista motive novas gerações de cineastas a contar histórias brasileiras para o mundo.