Expectativa de vida no Brasil sobe a 76,6 anos em 2024, maior nível da série histórica, segundo dados do IBGE
Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a expectativa de vida ao nascer no Brasil atingiu 76,6 anos em 2024. Esse resultado supera os 76,4 anos registrados em 2023 e confirma a tendência de recuperação pós-pandemia. Em 2021, no auge da crise da Covid-19, a expectativa havia caído para 72,8 anos. Desde 1940, quando o indicador era 45,5 anos, o país acumulou ganhos expressivos em longevidade. O avanço é contínuo, ainda que em ritmo mais lento nas últimas décadas.
Analistas apontam que a desaceleração é esperada à medida que a média se aproxima dos 80 anos. Para especialistas em demografia, a evolução recente é positiva, mas insuficiente para alcançar rapidamente os níveis observados em países desenvolvidos. O crescimento gradual reflete melhores condições de saúde, saneamento e acesso a serviços, mas também evidencia desigualdades regionais e sociais que precisam ser enfrentadas.
Diferenças por gênero
A expectativa subiu para 79,9 anos entre as mulheres e para 73,3 anos entre os homens em 2024. Essa diferença, comum em muitos países, decorre de fatores comportamentais, sociais e de exposição a riscos. Homens concentram maior mortalidade por causas externas, como acidentes e violência, e procuram menos serviços de saúde. Reduzir a sobremortalidade masculina, especialmente entre jovens e populações periféricas, poderia elevar a média nacional.
A ampliação do acesso a cuidados de saúde, o fortalecimento de políticas preventivas e ações contra violência têm papel central. O envelhecimento da população altera a estrutura demográfica e impõe desafios à previdência, à saúde pública e à organização de serviços para idosos. Planejamento e investimentos são essenciais para transformar o ganho de longevidade em qualidade de vida.
Queda da mortalidade infantil e ganhos históricos
A taxa de mortalidade infantil caiu para 12,3 óbitos por mil nascimentos em 2024, contribuindo para o aumento da expectativa de vida. Desde 1940 houve queda drástica nesse indicador, graças a políticas de vacinação, pré-natal, aleitamento e saneamento. Apesar dos avanços, a taxa ainda não voltou ao menor patamar pré-pandemia.
Programas de nutrição, ampliação da cobertura de saúde e melhores condições socioeconômicas aparecem entre as causas da melhora. Especialistas destacam que manter e ampliar essas ações é fundamental para sustentar ganhos futuros em longevidade e reduzir desigualdades territoriais.
Rankings de expectativa de vida
Top internacional, exemplos:
- Mônaco: 86,5 anos
- San Marino: 85,8 anos
- Hong Kong: 85,6 anos
- Japão: 84,9 anos
- Coreia do Sul: 84,4 anos
- Polinésia Francesa: 84,2 anos
- Suíça: 84,1 anos
- Austrália: 84,1 anos
- Itália: 83,9 anos
- Singapura: 83,9 anos
Comparativo América do Sul:
- Chile: 81,4 anos
- Uruguai: 78,3 anos
- Colômbia: 77,9 anos
- Peru: 77,9 anos
- Equador: 77,6 anos
- Argentina: 77,5 anos
- Brasil: 76,6 anos
- Paraguai: 74,0 anos
- Suriname: 73,8 anos
- Venezuela: 72,9 anos
- Guiana: 70,3 anos
- Bolívia: 68,7 anos







