Violência no Haiti resulta em 150 mortos em Porto Príncipe, com gangues dominando a capital e forçando 20 mil pessoas a fugir de suas casas
Porto Príncipe mergulhada em violência
A capital haitiana, Porto Príncipe, enfrenta uma escalada sem precedentes de violência, deixando 150 mortos e mais de 90 feridos na semana de 11 de novembro. Segundo a ONU, cerca de 20 mil pessoas foram forçadas a abandonar suas casas devido à intensificação dos confrontos. A organização aponta a responsabilidade das gangues locais, especialmente a aliança “Viv Ansanm”, que controla a maior parte das rotas de acesso à cidade. O alto comissário da ONU, Volker Türk, alertou que a situação pode piorar e exigiu ação imediata para conter a violência.
Os confrontos entre gangues rivais e as forças de segurança têm aumentado. Estima-se que mais de 55% das mortes recentes resultaram de tiroteios entre criminosos e a polícia. Além disso, há relatos crescentes de linchamentos coletivos, evidenciando o desespero da população. O número de mortos no país já ultrapassa 4.500 este ano, indicando uma crise humanitária de grande escala.
Impactos na população e resposta internacional
A violência tem efeitos devastadores sobre os cerca de 4 milhões de habitantes da capital, que vivem praticamente como reféns. As gangues controlam as principais vias de acesso, impedindo a fuga da população e dificultando a distribuição de ajuda humanitária. Organizações internacionais, como os Médicos Sem Fronteiras, têm enfrentado dificuldades para operar na região devido às ameaças de violência, inclusive de agentes da polícia.
A ONU e outras entidades têm pressionado por uma resposta internacional coordenada para restaurar a ordem e evitar um colapso total. O país, já marcado pela pobreza extrema e instabilidade política, enfrenta o risco de mergulhar em um caos ainda maior. A comunidade internacional observa com preocupação, mas as soluções ainda parecem distantes.
A crise no Haiti expõe a fragilidade das instituições e a necessidade urgente de intervenção humanitária e política eficaz.