João Ricardo Mendes, ex-CEO da Hurb, foi preso em flagrante após furtar esculturas e quadros em hotel e escritório na Barra da Tijuca, no Rio
A polícia prendeu em flagrante João Ricardo Mendes, de 44 anos, fundador da agência de viagens online Hurb (ex-Hotel Urbano), na última sexta-feira (25), no Rio de Janeiro. Ele furtou obras de arte avaliadas em mais de R$ 23 mil. Os crimes ocorreram no mesmo dia em dois locais distintos da Barra da Tijuca. O hotel de luxo Grand Hyatt e o escritório de arquitetura Duda Porto foram os alvos.
Imagens de câmeras de segurança revelaram que o autor dos furtos utilizava uma motocicleta sem placa. Em um dos locais, Mendes chegou a se disfarçar com uniforme de prestador de serviços. Isso ajudou a evitar que chamasse atenção. A Polícia Civil identificou e deteve ele em sua cobertura, no mesmo bairro. Mendes tentou fugir pelo terraço ao perceber a aproximação dos agentes.
Policiais encontraram três esculturas de cerâmica e um quadro furtado do hotel dentro da residência. Juntas, as peças estavam avaliadas em cerca de R$ 23 mil. Até este domingo (27), a polícia ainda não localizou uma das pinturas levadas do escritório de arquitetura. A 16ª DP (Barra da Tijuca) já devolveu os objetos aos seus proprietários.
A Justiça do Rio converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva neste domingo. A medida foi tomada com base na repetição dos atos criminosos. Esses atos foram considerados meticulosamente planejados e de possível motivação psicológica ou compulsiva. A polícia ainda apura se houve outros episódios semelhantes não denunciados.
Crise de reputação
Mendes fundou a Hurb em 2011 e ficou conhecido por transformar a empresa em uma das maiores plataformas de turismo do Brasil. No entanto, sua imagem começou a se deteriorar em 2023. Isso ocorreu após publicar vídeos em que ofendia clientes e divulgava dados pessoais de consumidores insatisfeitos. A crise culminou em sua renúncia ao cargo de CEO em abril daquele ano.
Mesmo após deixar o comando formal, relatos indicavam que ele ainda influenciava decisões internas da empresa. Neste mês de abril, o Ministério do Turismo suspendeu o cadastro da Hurb. A decisão impediu a empresa de operar legalmente no setor turístico. Isso aconteceu em função de reclamações e violações contratuais. A empresa teve dez dias para apresentar recurso. Nas redes sociais, a conta oficial da agência passou a publicar mensagens vagas e vídeos sem explicação. Isso levantou suspeitas sobre a estabilidade da gestão e agravou a desconfiança pública.