Collor é detido em Maceió para cumprir pena de 8 anos e 10 meses por corrupção e lavagem de dinheiro, conforme decisão do STF
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25), em Maceió, Alagoas. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o julgamento de recursos que já haviam sido rejeitados anteriormente. Moraes ordenou o cumprimento imediato da pena de 8 anos e 10 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A defesa afirmou que policiais detiveram Collor por volta das 4h, enquanto ele se preparava para embarcar para Brasília. Ele pretendia se entregar voluntariamente às autoridades. O ex-presidente está atualmente custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, aguardando decisão sobre eventual transferência ou cumprimento domiciliar da pena.
A condenação de Collor está relacionada a um esquema de corrupção na BR Distribuidora, atual Vibra Energia. Entre 2010 e 2014, ele teria recebido cerca de R$ 20 milhões em propinas para facilitar contratos com a construtora UTC Engenharia. Em troca, oferecia apoio político para manter aliados em cargos estratégicos da empresa.
A defesa de Collor recorreu diversas vezes, mas os recursos foram classificados como meramente protelatórios. Moraes afirmou que a jurisprudência do STF autoriza a execução da pena mesmo antes da publicação final da decisão.
Fernando Collor: carreira na política
Fernando Collor foi o primeiro presidente eleito por voto direto após o regime militar, assumindo em 1990. Seu mandato foi interrompido em 1992, após denúncias de corrupção que culminaram em um processo de impeachment. Collor renunciou antes da votação final no Senado, mas teve os direitos políticos suspensos.
Apesar do escândalo, retornou à política como senador por Alagoas em 2007, sendo reeleito e mantendo influência até 2023. Sua prisão agora representa a queda definitiva de um político marcado por altos e baixos, e também é simbólica no contexto da Operação Lava Jato, que mirou nomes do alto escalão do poder.