Honda realiza teste de foguete reutilizável com pouso de ré, aterrissando a 37 cm do alvo, e se junta a nova onda de exploração espacial
Honda testou com sucesso um foguete reutilizável experimental com voo de ré nesta terça-feira (17), em Taiki, Hokkaido. O veículo de 6,3 m atingiu 271 m de altitude durante um voo de 56,6 segundos. O foguete pousou verticalmente no solo, a apenas 37 cm do ponto previsto, usando pernas retráteis. Além disso, o motor operou de forma autônoma, validando sistemas de combustão e controle cruciais.
O teste marcou a primeira vez que a Honda pousou um foguete após voo suborbital. A empresa destacou a precisão milimétrica do pouso de ré, afirmando que esta técnica pode reduzir custos de lançamentos. O CEO Toshihiro Mibe destacou usar expertise da empresa em automação e gerenciamento de motores para viabilizar o projeto.
Iniciativa estratégica
O projeto de foguete reutilizável faz parte da estratégia de longo prazo da Honda para diversificar além da mobilidade automotiva. A empresa busca alcançar um voo suborbital até 2029, com objetivo de lançar pequenos satélites e oferecer serviços de monitoramento ambiental. O teste, conduzido em área restrita com raio de 1 km, obedeceu normas de segurança e contou com sistemas de prevenção de trajetória desviada.
Honda utiliza tecnologia de direção autônoma e controle de motores avançados, adquirida no desenvolvimento de carros, para estabilizar os foguetes em subida e descida. Além disso, a empresa pretende aplicar essa tecnologia para satélites e monitoramento climático via dados oriundos de sensores orbitalizados.
Corrida espacial automotiva
Essa iniciativa coloca a Honda entre players inovadores no espaço, ao lado de Toyota, que investe em parcerias como a Interstellar Technologies. O governo japonês apoia o setor, com fundo de bilhões de ienes visando dobrar o tamanho da indústria até 2030.
Globalmente, a tecnologia de foguetes reutilizáveis vem avançando com SpaceX, Blue Origin e rivais na China e Europa. A Honda, mesmo em fase inicial, contribui com inovação no ciclo de custos e frequência de lançamentos, o que pode atrair interesse comercial futuro.