Em janeiro, a inflação foi de 0,16%, a menor para o mês desde 1994, puxada pela queda de 14,21% na energia elétrica devido ao Bônus Itaipu
Em janeiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,16%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o menor percentual para um mês de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. Em comparação, dezembro de 2024 apresentou uma inflação de 0,52%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA atingiu 4,56%, ainda acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Bônus Itaipu na energia elétrica
A principal influência para essa desaceleração foi a redução de 14,21% no custo da energia elétrica residencial, decorrente do Bônus Itaipu. Este desconto beneficiou mais de 78 milhões de consumidores em janeiro, resultando em um impacto negativo de 0,55 ponto percentual no IPCA do mês.
Com isso, o grupo Habitação apresentou uma queda de 3,08%, contribuindo significativamente para a desaceleração da inflação. Essa foi a maior redução no setor desde fevereiro de 2013, quando a energia elétrica caiu 15,17%.
Pressões inflacionárias em alimentos e transportes
Apesar da redução na energia elétrica, outros setores registraram aumentos. O grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 0,96%, marcando o quinto aumento consecutivo. Itens como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%) foram os principais responsáveis por essa elevação.
No setor de Transportes, houve um aumento de 1,3%, influenciado pelas altas nas passagens aéreas (10,42%) e nas tarifas de ônibus urbano (3,84%), que sofreram reajustes em diversas cidades analisadas pelo IBGE.
O índice de difusão da inflação em janeiro ficou em 65%, indicando que a maioria dos produtos e serviços ainda apresentou alta de preços. Apesar da desaceleração do IPCA, o governo segue monitorando os impactos da inflação sobre o poder de compra dos brasileiros.