Labubu, boneco chinês fofo e monstruoso da Pop Mart, virou febre no Brasil e entre celebridades. Entenda o sucesso e como colecionar
O que é o Labubu e qual sua origem?
Labubu é um boneco criado em 2015 pelo artista Kasing Lung, de Hong Kong, em parceria com a marca chinesa Pop Mart. A peça faz parte da coleção “The Monsters”, que inclui outros personagens como o Zimomo, uma versão do Labubu com uma cauda de dinossauro.
Kasing Lung começou sua carreira como ilustrador de livros infantis, e seus personagens nasceram das páginas dessas obras. Com traços que misturam o estranho e o adorável, o Labubu tem dentes tortos, olhos grandes, orelhas pontudas e pelo colorido.
Em 2019, a Pop Mart percebeu o potencial dos personagens e os transformou em bonecos de design, aprimorando suas características para deixá-los mais simpáticos e desejados.
Por que o Labubu virou uma febre mundial?
Apesar de existir há quase uma década, o Labubu explodiu mundialmente em 2024, quando começou a aparecer nas mãos de celebridades como Lisa (Blackpink), Kim Kardashian, Rihanna e Dua Lipa.
A estética “fofa e bizarra” virou tendência. Redes sociais, especialmente TikTok e Instagram, foram tomadas por vídeos de colecionadores exibindo seus bonecos, mostrando aberturas de caixas-surpresa e dicas de como identificar versões raras.
O fenômeno também chegou ao Brasil, mesmo sem venda oficial da Pop Mart no país. A combinação de desejo, dificuldade de acesso e apelo visual fez o Labubu se tornar um item de desejo nacional.
Como funciona a compra dos Labubus?
O modelo de venda é uma das grandes responsáveis pelo sucesso: as “blind boxes”, que são caixas misteriosas onde o comprador só descobre o boneco após abrir. Isso gera expectativa e estimula a compra de mais unidades para completar as coleções.
O preço médio de uma blind box é 22 dólares (cerca de R$ 127), mas edições especiais chegam a 120 dólares (R$ 685) ou mais. Versões muito raras podem alcançar até R$ 2.000 na revenda.
A Pop Mart só vende seus produtos oficialmente em lojas próprias espalhadas pela Ásia, Estados Unidos e alguns países da Europa. No Brasil, só é possível adquirir por meio de revendedores, importadoras ou viagens internacionais.
Lafufu e Zimomo: os primos do Labubu
Sem venda oficial no Brasil, surgiram os chamados “Lafufus” — versões não originais do Labubu, que reproduzem o design, mas com materiais, cores e acabamentos variados. Embora não sejam oficiais, muitos colecionadores também gostam dessas réplicas, tanto pelo preço mais acessível quanto pelo humor da comunidade.
Além deles, existe o Zimomo, outro personagem do universo criado por Kasing Lung. O Zimomo se parece com o Labubu, mas tem uma cauda que lembra um dinossauro. Suas coleções são mais limitadas e costumam ser mais caras.
Muito mais que brinquedo: um fenômeno cultural e econômico
O sucesso do Labubu não se limita ao mundo dos brinquedos. A Pop Mart se tornou uma gigante do mercado de colecionáveis, faturando US$ 1,8 bilhão em 2024. Só a linha Labubu representou US$ 400 milhões desse total.
Além dos bonecos, surgiram mercados paralelos que vendem roupas, bolsas, acessórios, móveis e até itens de decoração feitos especialmente para os Labubus.
Esse fenômeno reflete uma busca global por objetos que oferecem conforto, nostalgia e até escapismo em meio às incertezas do mundo moderno. É um produto que mistura arte, moda, cultura pop e comportamento.
Labubu no Brasil: paixão à primeira vista
No Brasil, grupos em redes sociais, como Telegram e Discord, ajudam colecionadores a trocar, vender e até identificar bonecos falsificados. Há também tutoriais ensinando como importar ou diferenciar um Labubu de um Lafufu.
O brinquedo já apareceu em perfis de influenciadores brasileiros e virou figurinha carimbada em feiras de cultura pop e anime no país. Mesmo sem loja física por aqui, o Labubu ganhou espaço no coração dos brasileiros, que fazem de tudo para garantir seu monstrinho.