Negociações em Gaza avançam, priorizando troca de reféns, ajuda humanitária e segurança, em busca de aliviar os efeitos do conflito na região
Cessar-fogo em Gaza
As negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o Hamas têm apresentado avanços significativos, segundo fontes internacionais. O Catar lidera a mediação entre as partes, com o apoio de países como Egito e Estados Unidos. A proposta atual inclui uma pausa temporária nos confrontos, a troca de reféns por prisioneiros palestinos e um aumento substancial na entrada de ajuda humanitária.
As conversas acontecem em Doha, onde representantes de Israel e do Hamas analisam uma proposta detalhada que visa estabilizar a região antes da transição presidencial nos Estados Unidos. Autoridades envolvidas destacam que, apesar dos avanços, a situação permanece delicada. Isso ocorre devido às divisões internas em ambas as partes e às exigências conflitantes sobre as condições de um cessar-fogo.
O objetivo é estabelecer pelo menos um acordo parcial antes de eventos políticos importantes que possam alterar o panorama diplomático, como a posse do novo presidente americano. Muitos veem esse momento como uma oportunidade para reduzir a intensidade do conflito, que desde outubro de 2023 tem causado milhares de mortes e deslocamentos em massa.
Aspectos do acordo
A proposta contempla a libertação de reféns em fases, priorizando mulheres, idosos e feridos. Em contrapartida, prisioneiros palestinos serão liberados, mas muitos serão deportados para países terceiros, como Egito, Turquia e Catar. Este é um dos pontos mais sensíveis do acordo. Enfrenta resistências tanto de setores do governo israelense quanto de membros do Hamas, que possuem posições divergentes entre suas lideranças locais e externas.
Israel também exige garantias de segurança para suas comunidades próximas à Faixa de Gaza, que sofreram intensamente com ataques desde outubro de 2023. Além disso, a retirada de tropas israelenses, o retorno de civis palestinos ao norte do território e a distribuição de ajuda humanitária continuam sendo temas centrais em discussão.
Outro entrave é a posição do Hamas sobre o alcance do cessar-fogo. O grupo insiste que qualquer acordo precisa incluir o fim completo das hostilidades. Enquanto isso, Israel se opõe a qualquer concessão que comprometa seus objetivos de destruir as capacidades militares e políticas do Hamas. Representantes dos Estados Unidos têm trabalhado para criar um plano em fases, com garantias de ambas as partes, mas os detalhes permanecem sob sigilo.
Cenário humanitário e impactos
Desde o início do conflito, mais de 46 mil pessoas foram mortas, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. A infraestrutura da Faixa de Gaza foi devastada, e milhares de civis continuam deslocados. A entrada de ajuda humanitária é considerada vital para aliviar o sofrimento da população local, mas esbarra em restrições logísticas e condições impostas pelas partes envolvidas.
Os Estados Unidos, por meio de sua equipe diplomática, têm buscado garantir que a primeira fase do cessar-fogo inclua um aumento significativo no fornecimento de alimentos, medicamentos e combustível para a região. Além disso, países como Egito e Catar oferecem suporte logístico para facilitar as operações de ajuda.
Apesar do progresso nas negociações, o risco de um retrocesso é constante. Divisões internas no governo israelense e entre as lideranças do Hamas ameaçam minar os esforços para alcançar um cessar-fogo duradouro. No entanto, especialistas consideram que a continuidade do diálogo é essencial para construir um caminho rumo à paz na região.