Preta Gil morreu neste domingo, aos 50 anos, em Nova York. Ela enfrentava um câncer no intestino e fazia tratamento experimental nos EUA
Preta Gil morre aos 50 anos
Morreu neste domingo (20), em Nova York, a cantora e empresária Preta Gil, aos 50 anos. A artista tratava um câncer no intestino desde janeiro de 2023. Segundo a família, ela estava internada na cidade americana, onde passava por um tratamento experimental contra a doença. A assessoria de imprensa e seu pai, o cantor Gilberto Gil, confirmaram a morte dela nas redes sociais.
A artista estava há cerca de dois meses nos Estados Unidos, dividindo-se entre Washington e Nova York, em busca de terapias avançadas. Nos últimos dias, ela havia sido hospitalizada após uma complicação respiratória. A família agora trata da repatriação do corpo para o Brasil. Preta deixou um legado musical, social e afetivo que será lembrado por fãs e colegas de diversas gerações.
Dois anos de uma luta contra o câncer
O diagnóstico veio em janeiro de 2023: adenocarcinoma no intestino, um tipo agressivo de câncer. Preta iniciou imediatamente o tratamento com quimioterapia e radioterapia no Brasil. Em dezembro daquele ano, passou por uma cirurgia que durou mais de 18 horas para retirada de tumores. A doença chegou a entrar em remissão, mas voltou com força em agosto de 2024, com metástase em diferentes partes do corpo. Ela mesma revelou a recidiva em suas redes sociais, com coragem e honestidade emocionantes.
A decisão de buscar tratamento experimental nos Estados Unidos foi comunicada publicamente em maio de 2025. Lá, ela se submeteu a avaliações no Virginia Cancer Institute, em Washington, e depois iniciou terapias no Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York. Durante todo esse processo, recebeu apoio de amigos e familiares, como Gominho, Ju de Paulla, Francisco (seu filho) e a própria mãe, Sandra Gadelha.
Biografia
Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 1974, no Rio de Janeiro, filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha. Começou a carreira como produtora e só lançou seu primeiro disco aos 29 anos. O álbum “Prêt-à-Porter”, de 2003, causou polêmica por trazê-la nua na capa. Desde então, assumiu o papel de símbolo da autoaceitação e do combate à gordofobia. Nos anos seguintes, lançou discos, participou de novelas, apresentou programas e criou um dos maiores blocos do carnaval carioca, o Bloco da Preta.
Sua atuação como empresária também foi notável: em 2017, fundou a agência Mynd, voltada para marketing de influência e cultura pop. Bissexual assumida, era voz ativa na luta LGBTQIA+ e no combate ao machismo e ao racismo. Sua autobiografia, “Preta Gil: os primeiros 50”, lançada em 2024, revelou momentos íntimos e traumas enfrentados com franqueza, como o fim do casamento durante o tratamento da doença.
Legado e homenagens após a partida
A morte de Preta Gil gerou comoção nacional. O presidente Lula publicou uma nota de pesar, destacando sua coragem e alegria. Diversos artistas, como Ivete Sangalo, Anitta e Ludmilla, prestaram homenagens nas redes sociais. Clubes de futebol, veículos de imprensa e fãs anônimos também se manifestaram. A cantora deixa o filho Francisco e a neta Sol de Maria.
Seu legado ultrapassa a música: está no carnaval, na moda, na televisão, nos negócios e nas lutas por respeito e diversidade. Mesmo em seus últimos meses, Preta dividia mensagens de fé, humor e afeto com o público. Ela fez da própria vida uma trincheira de resistência e amor. A música brasileira e a cultura popular perdem uma figura única.






