Putin propõe reunião com Zelensky em Istambul; Ucrânia e aliados exigem cessar-fogo antes de qualquer negociação para encerrar o conflito
Proposta russa reacende possibilidade de diálogo
Neste domingo (11), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que está pronto para retomar negociações diretas com a Ucrânia, sugerindo a cidade de Istambul como sede do encontro, já na próxima quinta-feira (15). Em pronunciamento televisionado, Putin afirmou que Moscou deseja discutir as “raízes do conflito”, reiterando que não haverá pré-condições para o diálogo.
O governo ucraniano recebeu a proposta com cautela. Em uma postagem em suas redes sociais, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que está disposto a dialogar, mas apenas após o início de um cessar-fogo total, duradouro e verificável a partir desta segunda-feira (12). “Não faz sentido continuar a matança por mais um dia”, escreveu.
Apoio internacional à trégua e mediação turca
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou que Istambul está pronta para sediar as negociações. A Turquia já desempenhou papel similar em 2022 e tenta se manter como mediadora neutra no conflito. Erdogan e Putin devem conversar nas próximas horas para alinhar os detalhes do encontro.
Enquanto isso, líderes ocidentais como Emmanuel Macron, Friedrich Merz, Donald Tusk e Keir Starmer visitaram Kiev neste fim de semana. Em conjunto com Zelensky, pressionaram o Kremlin a aceitar um cessar-fogo de pelo menos 30 dias antes de qualquer avanço diplomático. Macron foi enfático: “Não pode haver negociação enquanto as armas falam”.
Escalada militar continua e ocidente desconfia
Mesmo com o anúncio, os combates continuam em várias regiões da Ucrânia. Segundo fontes militares ucranianas, a Rússia lançou mais de 100 drones contra alvos civis durante a madrugada. A negativa de Putin quanto ao cessar-fogo levantou dúvidas sobre a real intenção do Kremlin.
Analistas alertam que Moscou pode estar usando a proposta para ganhar tempo enquanto reorganiza suas forças. O jornalista da BBC Frank Gardner lembrou que um acordo semelhante em 2022 foi frustrado após a revelação de massacres em Bucha. “Putin quer negociar sem parar os ataques, enquanto acusa o Ocidente de prolongar a guerra ao armar Kiev”, disse.
Trump, por sua vez, voltou a pressionar publicamente Zelensky, afirmando que a Ucrânia “deve aceitar a reunião imediatamente” e que “centenas de milhares de vidas podem ser salvas”.
A diplomacia internacional permanece em alerta. Enquanto Putin evita comprometer-se com a trégua proposta, a Ucrânia mantém a exigência de um cessar-fogo como pré-condição. A reunião, se ocorrer, pode marcar o primeiro contato direto entre os líderes desde 2022 — mas os obstáculos ainda são grandes.