O real acumula desvalorização de 21,5% em 2024, com o dólar alcançando R$ 6,21. Cenário reflete pressão cambial e desconfiança nas contas públicas
Real enfrenta seu quinto pior desempenho desde 2000
Em 2024, o real acumulou uma desvalorização de 21,52%, segundo o índice Ptax, marcando o quinto pior desempenho da moeda nos últimos 24 anos. O cenário de pressão cambial tem raízes na desconfiança em relação à trajetória das contas públicas brasileiras.
Analistas apontam que o pacote fiscal lançado no final de 2023 não conseguiu restaurar a confiança dos investidores. Essa desvalorização coloca o real em um patamar próximo ao registrado durante a crise da pandemia de Covid-19. Com uma diferença de apenas 0,92 ponto percentual para aquele período, o desempenho cambial reflete desafios econômicos persistentes.
Dólar bate R$ 6,21 em meio a incertezas econômicas
O dólar comercial alcançou R$ 6,21 em 18 de dezembro de 2024, renovando um recorde nominal. Um ambiente externo restritivo e o aumento da atratividade dos títulos do Tesouro americano impulsionam a valorização.
A atuação do Banco Central, que injetou mais de US$ 12 bilhões no mercado cambial, tem sido insuficiente para conter a alta da moeda americana. A preocupação com a possível desidratação do pacote de cortes de gastos contribui para o enfraquecimento do real, ampliando a volatilidade no mercado financeiro.
Especialistas afirmam que a recuperação do real dependerá de ajustes estruturais na política fiscal e de um cenário externo mais favorável. Melhorias na gestão econômica brasileira são essenciais para reduzir a volatilidade cambial e restaurar a confiança do mercado.
A evolução do câmbio em 2025 será decisiva para determinar o ritmo de recuperação da economia brasileira. Enquanto isso, o impacto da alta do dólar segue pressionando diversos setores, incluindo importações e inflação.