Receita da indústria de máquinas e equipamentos caiu 8,6% em 2024, influenciada por importações e queda nas exportações, segundo a Abimaq
Queda no faturamento e impacto das importações
A indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou uma queda de 8,6% na receita líquida em 2024, comparada ao ano anterior. O setor faturou R$ 270,8 bilhões no acumulado de janeiro a dezembro, ante os R$ 296,2 bilhões de 2023, conforme divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Um dos fatores apontados para essa retração foi a substituição da produção nacional por produtos importados, além da redução nas exportações. Segundo Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, embora tenha havido crescimento nos investimentos em setores como transporte e equipamentos eletrônicos, o setor de máquinas e equipamentos não acompanhou essa tendência.
“As compras de bens industriais no mercado doméstico cresceram, mas o impacto negativo veio da concorrência com importados e das exportações mais fracas”, explicou Zanella.
Desempenho do mercado interno e externo
O consumo aparente de bens industriais, que reflete a demanda interna, ficou praticamente estável em 2024, totalizando R$ 369,1 bilhões, uma ligeira queda de 0,2% em relação a 2023. As importações brasileiras de máquinas aumentaram 10,6%, atingindo US$ 29,5 bilhões – o segundo maior valor desde 2013. A China foi responsável por 31,5% dessas importações, consolidando-se como a principal fornecedora.
Por outro lado, as exportações de máquinas e equipamentos brasileiros totalizaram US$ 13,1 bilhões, uma retração de 5,5% em relação ao ano anterior. A queda foi impulsionada pela redução das vendas para os Estados Unidos (-11,2%) e Argentina (-17%), especialmente em equipamentos para construção civil e para os setores de óleo e gás.
A maior retração foi observada no segmento de máquinas agrícolas, seguido pelos equipamentos para construção civil. Apesar da ampliação do mercado doméstico, as exportações mais fracas impactaram negativamente o balanço geral.
A Abimaq alerta que a continuidade dessa tendência pode comprometer ainda mais a competitividade da indústria nacional. O setor considera fundamentais as medidas para estimular a produção local e reverter a perda de espaço para importados em 2025.