A Suprema Corte dos EUA decide manter a proibição do TikTok, exigindo venda da empresa ou banimento. Decisão eleva tensões entre EUA e China
A Suprema Corte dos Estados Unidos manteve a lei que proíbe o TikTok no país, caso a plataforma não seja vendida por sua empresa controladora, a chinesa ByteDance. A decisão, anunciada nesta sexta-feira (17), representa um novo capítulo na disputa entre segurança nacional e liberdade digital.
A lei foi aprovada com ampla maioria no Congresso e sancionada pelo presidente Joe Biden. O governo dos Estados Unidos justifica a medida com base na preocupação de que o TikTok possa compartilhar dados sensíveis de usuários norte-americanos com o governo chinês, representando um risco à segurança nacional. Durante os debates, a advogada do Departamento de Justiça, Elizabeth Prelogar, reforçou que a China poderia usar o aplicativo para espionagem e manipulação. Ela destacou ainda a imensa quantidade de dados coletados pela plataforma.
Impacto para usuários
O TikTok, que possui cerca de 270 milhões de usuários nos EUA, contesta a decisão e afirma que a proibição viola direitos constitucionais, incluindo a Primeira Emenda, que protege a liberdade de expressão. Além disso, a empresa argumenta que milhões de criadores de conteúdo e pequenos negócios seriam afetados caso a plataforma deixasse de operar no país.
A polêmica proibição ocorre em meio a um contexto geopolítico conturbado entre China e Estados Unidos. As autoridades americanas vêm reforçando que uma empresa norte-americana precisa adquirir o TikTok para que ele continue operando. Por outro lado, o governo chinês já sinalizou que não permitirá a venda da plataforma sob coerção, aumentando as incertezas sobre o futuro do aplicativo nos EUA.
Donald Trump, que já tentou proibir o TikTok durante seu primeiro mandato, atualmente se opõe à medida. Ele defende uma solução negociada para manter o aplicativo em funcionamento. No entanto, muitos de seus aliados republicanos apoiam a proibição, reforçando a tese de que a segurança nacional deve prevalecer sobre interesses comerciais e digitais.
A decisão da Suprema Corte pode levar a uma escalada de desafios jurídicos e diplomáticos. Caso a ByteDance não venda o TikTok dentro do prazo estabelecido, as lojas de aplicativos nos EUA poderão remover a plataforma. Isso impactaria milhões de usuários e influenciadores digitais.