Relatório da ONU aponta aumento de 25% no tráfico humano em 2022, destacando mulheres e crianças como maioria das vítimas
Um panorama global alarmante
O tráfico humano registrou um aumento de 25% em 2022, segundo o Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas da ONU. Mulheres e meninas continuam sendo a maioria entre as vítimas, representando 61% dos casos detectados. O número total de vítimas alcançou 202.478 entre 2020 e 2023, refletindo uma recuperação nas atividades criminosas após a pandemia de Covid-19.
O aumento do tráfico infantil foi particularmente preocupante, crescendo 31% em relação ao período pré-pandemia. Crianças representaram 38% das vítimas detectadas em 2022, sendo a maioria meninas traficadas para exploração sexual. O UNODC destacou que as crianças desacompanhadas em rotas migratórias são alvos frequentes, com meninos frequentemente explorados em trabalho forçado e atividades criminosas.
Tipos de exploração
A exploração sexual permanece como o principal destino de mulheres e meninas traficadas, enquanto o trabalho forçado teve um aumento de 47%. Casamentos forçados, exploração doméstica e criminalidade forçada também foram apontados como destinos recorrentes para as vítimas.
Conflitos armados e mudanças climáticas agravam a situação, aumentando a vulnerabilidade de populações deslocadas. Rotas internacionais, especialmente envolvendo vítimas africanas, refletem a persistência do tráfico em escala global. No entanto, o número de condenações por trabalho forçado ainda é muito inferior ao de exploração sexual, apesar do crescimento alarmante desse tipo de crime.
Perfil dos traficantes
Os traficantes são majoritariamente homens, representando cerca de 70% dos investigados e condenados. O envolvimento de organizações criminosas reforça a necessidade de esforços coordenados para desmantelar essas redes. Em 2022, mais de 70% das condenações foram relacionadas à exploração sexual, enquanto apenas 17% envolveram trabalho forçado.
A ONU recomenda medidas como investigações centradas na vítima e proteção personalizada. Campanhas de conscientização e a cooperação internacional também são fundamentais para combater esse crime. Organizações como a Interpol têm trabalhado para fortalecer a resposta global, enquanto algumas nações implementaram leis mais rígidas para coibir o tráfico.