Quarenta e quatro estudantes de Laranja da Terra, ES, passam por exames após compartilharem agulha em aula prática
Incidente em aula prática gera preocupação
Na última sexta-feira (14), 44 alunos de uma escola estadual em Laranja da Terra, Espírito Santo, participaram de uma atividade prática que envolvia a coleta de sangue para determinação de tipo sanguíneo. Durante o experimento, o professor de Química utilizou a mesma agulha para coletar sangue de todos os estudantes, com idades entre 16 e 17 anos. Essa prática gerou apreensão devido ao risco de transmissão de doenças infecciosas.
Após tomarem conhecimento do ocorrido, os pais dos alunos procuraram a escola e as autoridades policiais, expressando preocupação com a saúde de seus filhos. A direção da escola acionou a Secretaria Municipal de Saúde, que, juntamente com a Vigilância Epidemiológica, iniciou os protocolos de testagem ainda na sexta-feira. Todos os 44 estudantes foram submetidos a exames para diagnosticar possíveis infecções, incluindo hepatites B e C, além do HIV. Até o momento, os resultados foram negativos.
Medidas adotadas pelas autoridades
A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) informou que a atividade foi realizada sem a devida autorização da coordenação pedagógica. Diante da gravidade do ocorrido, o professor responsável pela aula foi demitido, e o caso encaminhado à Corregedoria da Sedu para investigação. Além disso, a escola organizou uma reunião com pais e alunos, contando com a presença de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, para prestar esclarecimentos e orientações sobre os próximos passos.
As autoridades de saúde recomendaram que os estudantes realizem novos testes em 30, 60 e 90 dias, conforme os protocolos para monitoramento de possíveis infecções. A Secretaria Municipal de Saúde de Laranja da Terra garantiu que continuará acompanhando o caso de perto, oferecendo suporte necessário aos alunos e seus familiares.
Repercussão e lições aprendidas
O incidente trouxe à tona a importância de seguir rigorosamente os protocolos de biossegurança em atividades escolares que envolvem procedimentos invasivos. Especialistas em saúde ressaltam que o compartilhamento de agulhas é uma prática de alto risco, podendo levar à transmissão de doenças graves, como HIV e hepatites. A médica infectologista Ana Carolina D’Ettores destacou que cada agulha deve ser descartada após o uso, mesmo que seja no mesmo paciente, e que a área de aplicação precisa ser higienizada adequadamente.
Este caso serve como alerta para a necessidade de capacitação adequada dos profissionais de educação em relação às normas de segurança em práticas laboratoriais. É fundamental que as escolas estabeleçam diretrizes claras e busquem autorizações prévias antes de realizar atividades que envolvam riscos à saúde dos estudantes. Além disso, a supervisão e o acompanhamento de profissionais de saúde durante esses procedimentos são essenciais para garantir a segurança de todos os envolvidos.