São Paulo enfrenta uma crise de energia com 430 mil imóveis sem eletricidade após o temporal. A Enel não tem previsão para o restabelecimento
Impactos do temporal
O temporal que atingiu São Paulo na noite de sexta-feira, 11 de outubro, causou estragos sem precedentes na região. Com ventos que chegaram a 107,6 km/h, a cidade e municípios vizinhos enfrentaram situações críticas. As chuvas intensas, acompanhadas de rajadas de vento, resultaram em quedas de árvores, muros e estruturas diversas. A Enel, responsável pela distribuição de energia, confirmou que cerca de 430 mil imóveis ainda estão sem eletricidade, sendo 280 mil apenas na capital paulista.
Os bairros mais afetados incluem Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís. Moradores relatam que, até esta segunda-feira, 14 de outubro, muitos estavam há mais de 65 horas sem energia. A situação tem gerado grande apreensão, já que, além da falta de luz, as consequências do temporal incluem o fechamento de escolas e a interrupção de serviços essenciais. A Defesa Civil também registrou um total de sete mortes, sendo quatro na capital e três no interior do estado, em decorrência de quedas de árvores e muros.
Falta de previsão da Enel
A Enel Distribuição SP informou que, até a manhã desta segunda-feira, 14 de outubro, aproximadamente 1,6 milhão de clientes já tiveram a energia restabelecida. No entanto, a empresa enfrenta duras críticas pela falta de previsão para a normalização do serviço para os demais imóveis afetados. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, manifestou sua preocupação, afirmando que a Enel cometeu um grave erro ao não fornecer um cronograma claro para o retorno da energia.
“Precisamos de uma resposta imediata e objetiva para a população. A Enel tem a responsabilidade de garantir a transparência nesse processo”, afirmou Silveira. Ele anunciou uma força-tarefa com a colaboração de outras concessionárias, como CPFL e EDP, aumentando o número de profissionais em campo para 2.900. Além disso, mais de 200 caminhões estão sendo utilizados para facilitar o acesso às áreas mais afetadas. O presidente da Enel, Guilherme Lencastre, também se comprometeu a intensificar os esforços, embora ainda não tenha dado um prazo para a totalidade do restabelecimento.
Dificuldades de comunicação e abastecimento
Além da falta de energia, muitos moradores enfrentam dificuldades para se comunicar com a Enel. A central de atendimento recebeu mais de 1 milhão de chamadas desde a noite do temporal, mas muitos usuários relatam longos períodos de espera e falta de informações sobre o status do restabelecimento. Para contornar a situação, a empresa recomendou que os clientes utilizem o SMS e o aplicativo para reportar a falta de energia, embora muitos ainda não consigam acessar esses serviços.
A interrupção no fornecimento de eletricidade também impactou o abastecimento de água em várias regiões. A Sabesp informou que a falta de luz afeta o funcionamento de estações elevatórias, comprometendo a distribuição em locais como Americanópolis e Capão Redondo. A situação é crítica, pois a combinação da falta de energia e água tem gerado descontentamento e dificuldades adicionais para os moradores que já enfrentam os efeitos do temporal. O governo local está atento às necessidades da população e busca alternativas para minimizar os danos.
Fonte: G1