Ataques israelenses em Gaza deixam 18 mortos neste domingo, incluindo vítimas atingidas por drones no pátio de hospital, diz Defesa Civil
Devastação no coração de Gaza
A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou neste domingo (17) a morte de 18 pessoas, vítimas de bombardeios e disparos israelenses. Segundo relatos, dezenas ficaram feridas em diversos pontos do território, mergulhado em mais de 22 meses de conflito. A maior tragédia ocorreu no pátio do Hospital al-Maamadani, onde um ataque de drones atingiu centenas de civis. Entre as vítimas, pelo menos sete eram pacientes ou funcionários, segundo o porta-voz Mahmoud Bassal, em entrevista à AFP.
Testemunhas afirmam que muitos dos mortos pertenciam à Unidade Sahm, grupo vinculado ao Hamas que atuava na proteção de civis e combate ao saque. O impacto emocional na comunidade médica e nos familiares foi imediato. Moradores da Cidade de Gaza descreveram cenas de pânico, com gritos por socorro, ambulâncias que chegavam sem condições de socorrer e impossibilidade de evacuação segura. Enquanto isso, a infraestrutura hospitalar, já fragilizada, opera no limite, agravando ainda mais o sofrimento da população.
Estratégia militar e controle territorial
Ainda neste domingo, a rádio do Exército israelense anunciou reunião entre o chefe do Estado-Maior Eyal Zamir e o Comando Sul para traçar planos de conquista da Cidade de Gaza, reduto do Hamas. O Estado-Maior afirmou que, até 7 de outubro, pretende evacuar a população, concluir o cerco e assumir o controle operacional completo da cidade. Estima-se que quatro divisões, compostas por brigadas de reserva com dezenas de milhares de soldados, serão mobilizadas para essa nova ofensiva.
Autoridades israelenses anunciaram que instalarão, a partir deste domingo, barracas e abrigos móveis no sul da Faixa de Gaza para deslocar civis das áreas de combate. O anúncio gerou temor em setores humanitários, que alertaram para a falta de estrutura adequada, água potável e segurança durante o deslocamento. A pressa das operações militares, somada à fragilidade das condições de vida, eleva ainda mais o risco de novas tragédias.
Crise humanitária e impactos colaterais
A Faixa de Gaza atravessa uma das crises humanitárias mais graves da atualidade. Desde o início da guerra com o Hamas, em outubro de 2023, o bloqueio israelense cortou o acesso a alimentos, água, combustível e assistência médica. Mais de 85% da população, cerca de 2,2 milhões de pessoas, foi forçada a fugir de suas casas. O sistema de saúde, devastado, opera com escassez crítica de insumos, equipamento e pessoal treinado.
Este novo episódio, com mortes no entorno de um hospital, cristaliza a vulnerabilidade de Gaza e a urgência de mobilização internacional. Especialistas apontam que danos à estrutura de saúde e estabelecimento de cerco à cidade limitam drasticamente a capacidade de resposta a feridos e doentes. A pressão econômica e social sobre a população reflete uma crise que vai além da guerra — é tragédia humanitária.