Argentina anuncia saída da OMS após alinhamento com Trump, citando divergências na gestão da pandemia e custos financeiros
A Argentina anunciou nesta quarta-feira (5) sua retirada da Organização Mundial da Saúde (OMS), seguindo a tendência iniciada pelos Estados Unidos durante a presidência de Donald Trump. O porta-voz presidencial Manuel Adorni confirmou a decisão, que o presidente Javier Milei oficializará por meio de um decreto. A medida reflete um alinhamento ideológico entre o governo argentino e o de Trump, além de razões econômicas que pesaram para a decisão.
Razões econômicas
O governo argentino justificou a saída da OMS alegando que manter a adesão à organização custa muito. Esse valor gira em torno de US$ 10 milhões anuais, o que é alto para um país que busca cortar gastos. Além disso, a decisão também reflete uma postura crítica em relação à gestão da OMS durante a pandemia de COVID-19. Segundo fontes próximas ao governo, Milei vê a organização como um agente que compromete a soberania nacional, especialmente no que diz respeito à intervenção na gestão da saúde pública do país.
A escolha de se distanciar da OMS é uma das primeiras ações concretas do governo Milei, que tem adotado uma política de aproximação com os EUA e alinhamento com figuras conservadoras. A medida ocorre apenas alguns dias após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ter formalizado a saída do país da OMS. Trump acusou a organização de ser influenciada pela China durante a pandemia.
Impactos e relações internacionais
A retirada da Argentina da OMS pode ter implicações tanto no cenário interno quanto nas relações internacionais do país. Embora o governo afirme que a decisão não afetará a qualidade dos serviços de saúde no país, especialistas alertam sobre os riscos. A ausência de colaboração com a OMS pode dificultar o acesso a recursos e estratégias de saúde pública globais. Além disso, a Argentina já havia se recusado a assinar o tratado global de pandemias da OMS, o que demonstra uma postura crítica em relação a acordos multilaterais de saúde.
Com essa decisão, Milei reafirma seu compromisso com uma política mais independente e menos dependente de organismos internacionais. Isso reflete um movimento mais amplo de desengajamento da Argentina com outros acordos e pactos globais.