Dois projetos brasileiros são finalistas do Earthshot Prize 2025, destacando florestas tropicais e restauração ambiental
Dois projetos brasileiros na lista dos 15 finalistas
Neste sábado (4), foram divulgados os 15 finalistas do Prêmio Earthshot 2025, considerado o “Oscar da sustentabilidade” no mundo ambiental. Entre eles, o Brasil conquistou destaque com duas iniciativas nacionais. Os projetos seguem o foco da categoria Protect & Restore Nature do Earthshot, cujo objetivo é proteger e restaurar ecossistemas naturais. Um dos finalistas é a startup re.green, que atua na restauração em larga escala da Mata Atlântica usando tecnologia de drones, satélite e inteligência artificial. A re.green já atua em vários estados brasileiros, restaurando milhares de hectares e implantando viveiros locais. O outro é o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), mecanismo financeiro global liderado pelo governo brasileiro, que visa valorizar florestas tropicais em pé. O TFFF propõe criar um fundo de US$125 bilhões que paga países tropicais pela conservação das florestas. Ambos os projetos simbolizam a visão estratégica de combinar ciência, finanças e preservação para enfrentar a destruição ambiental.
Criado em 2020 pelo príncipe William, o Earthshot Prize busca elevar iniciativas com grande potencial de impacto ambiental global. Todos os anos, o Prêmio Earthshot escolhe cinco vencedores em cinco categorias: proteger e restaurar a natureza, combater a crise climática, purificar o ar, revitalizar os oceanos e construir um mundo sem resíduos. Um painel de especialistas em ciência, finanças, políticas públicas e conservação seleciona os finalistas entre milhares de indicações globais. Em 2025, os finalistas brasileiros reafirmam o protagonismo nacional no debate ambiental internacional. A cerimônia de premiação será em 5 de novembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, durante a Earthshot Week. Cada vencedor receberá £ 1 milhão (aproximadamente R$7 milhões) para escalar sua iniciativa. A escolha de dois projetos brasileiros reforça a ideia de que o país pode ser palco e fonte de soluções para desafios climáticos globais.
Os projetos brasileiros: estratégia, desafios e potencial transformador
A re.green atua com restauração ecológica em áreas degradadas da Mata Atlântica. Usa inteligência artificial, drones e imagens de satélite para mapear terrenos e otimizar replantios. Por meio dessa tecnologia, identifica os locais com maior potencial de recuperação e aplica técnicas adaptadas a cada ecossistema. A empresa também gera créditos de carbono e promove o uso sustentável de espécies nativas, criando renda local. Com milhares de hectares já em recuperação, a re.green aposta na replicabilidade de seu modelo para outros países.
Já o TFFF representa uma aposta audaciosa em finanças climáticas. O fundo global de investimentos, estimado em US$125 bilhões, pretende pagar países tropicais pela conservação florestal. Os países receberão renda contínua ao comprovar proteção florestal, mensurada por satélite e auditorias independentes. Os gestores do fundo devem destinar pelo menos 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades locais. O Brasil foi o primeiro país a comprometer US$1 bilhão na iniciativa, que deve ser lançada oficialmente na COP30, em Belém. Se bem-sucedido, o fundo pode proteger mais de 1 bilhão de hectares de florestas em mais de 70 países.
Expectativas e visibilidade global
A indicação ao Earthshot tende a atrair olhares de investidores, governos e sociedade civil para os projetos brasileiros. A visibilidade internacional do prêmio pode facilitar parcerias e recursos cruciais. Os finalistas terão mentoria, rede global de contatos e apoio técnico para expandir suas operações. Como os vencedores serão anunciados no Brasil, isso coloca o país no centro da agenda climática mundial. A presença de duas iniciativas nacionais fortalece a credibilidade e mostra que o Brasil não é apenas tema de discussões ambientais, é protagonista em soluções. Em um momento em que a crise climática exige urgência, indicações como essas renovam o otimismo em torno da capacidade humana de inovar. Resta agora aguardar 5 de novembro para saber se re.green ou TFFF levarão o prêmio.







