Cada escola de samba brilhou no Anhembi na primeira noite do Carnaval SP 2025, com enredos emocionantes e desfiles marcantes
Na noite de sexta-feira (28), o Sambódromo do Anhembi foi palco do início dos desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. Sete escolas de samba apresentaram seus enredos, cores e ritmos, encantando o público presente.
Às 23h, a Colorado do Brás deu início às apresentações, marcando seu retorno ao Grupo Especial após dois anos no Grupo de Acesso. Com o enredo “Afoxé Filhos de Gandhy, no Ritmo da Fé”, a escola homenageou o tradicional bloco afro Filhos de Gandhy, destacando temas como alegria, fé e esperança. O carro abre-alas trouxe figuras emblemáticas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Clara Nunes, com figurinos inspirados no líder pacifista Mahatma Gandhi.
Em seguida, à 00h05, a Barroca Zona Sul entrou na avenida com o samba-enredo “Os Nove Oruns de Iansã”, exaltando a orixá dos ventos e tempestades. A rainha de bateria, Juju Salimeni, representou Iansã com imponência. Apesar de enfrentar problemas técnicos com um dos carros alegóricos na concentração, a escola adaptou sua apresentação, optando por não realizar o recuo da bateria para manter o ritmo do desfile. O carro abre-alas destacou-se ao perfumar a avenida com uma fumaça que simbolizava os ventos de Iansã.
Destaques da madrugada
À 1h10, a Dragões da Real trouxe o enredo “A Vida é Um Sonho Pintado em Aquarela!”, inspirado na música “Aquarela” de Toquinho e em uma homenagem ao neto do carnavalesco Jorge Freitas. Com fantasias e alegorias em cores vibrantes, a escola emocionou o público. A bateria, vestida de preto com detalhes em LED, foi um dos pontos altos da apresentação.
A Mancha Verde entrou às 2h15 com o tema “Bahia, da Fé ao Profano, mostrando onde tudo se mistura”. A escola explorou a dualidade cultural e religiosa da Bahia, apresentando alas e alegorias que mesclavam o sagrado e o profano. Viviane Araújo, rainha de bateria há 20 anos, homenageou a cantora Daniela Mercury com a fantasia “Canto da Cidade”. A comissão de frente combinou elementos da lavagem do Bonfim com festas populares baianas.
Às 3h20, a Acadêmicos do Tatuapé apresentou o enredo “Justiça – A Injustiça Num Lugar Qualquer É Uma Ameaça À Justiça Em Todo Lugar”, inspirado na frase de Martin Luther King. O samba-enredo criticou o extremismo, a intolerância religiosa e a violência contra minorias. O carro abre-alas chamou atenção ao exibir uma forca com um homem enforcado, simbolizando métodos históricos de execução.
Encerramento com a escola Rosas de Ouro
Às 4h25, a Rosas de Ouro foi a sexta escola a desfilar, com o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, que abordou a influência dos jogos na humanidade. A comissão de frente representou uma noite em um cassino, enquanto a primeira ala simulou um embaralhar de cartas. A rainha de bateria, Ana Beatriz Godoi, destacou-se com uma fantasia que exalava perfume de rosas e mudava a cor das pétalas através de luzes neon. A escola também relembrou jogos clássicos das décadas de 1980 e 1990, como War, Detetive, Pac-Man e Mario Bros.
Encerrando a primeira noite de desfiles, às 5h30, a Camisa Verde e Branco homenageou o cantor Cazuza com o enredo “Cazuza, o Tempo Não Para! O poeta vive”. Trechos das músicas do artista embalaram o desfile. Um dos destaques foi a participação de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, em um dos carros alegóricos. O baterista Guto Goffi e o ator Daniel de Oliveira, que interpretou Cazuza no cinema, também marcaram presença. A ala das baianas desfilou com fantasias brancas adornadas por fitas vermelhas, símbolo da luta contra a AIDS.
A primeira noite de desfiles no Sambódromo do Anhembi evidenciou a riqueza cultural e a criatividade das escolas de samba paulistanas, deixando o público ansioso pelas próximas apresentações.