Economia argentina encolhe após austeridade de Milei, com recessão e aumento da pobreza, mas apresenta sinais iniciais de recuperação
Impactos das medidas de austeridade
As medidas de austeridade implementadas por Javier Milei tiveram impactos profundos na economia argentina. Em setembro, o país registrou uma contração de 0,3% na atividade econômica, surpreendendo analistas que previam crescimento. O cenário foi ainda mais preocupante em comparação ao ano anterior, com uma queda de 3,3%. Essas medidas, que incluem cortes de subsídios e gastos públicos, visam equilibrar as contas do governo, mas têm causado um aumento significativo na pobreza e no desemprego.
A taxa de pobreza na Argentina chegou a atingir 55,5% no primeiro trimestre de 2024. Embora tenha recuado levemente nos meses seguintes, a média do semestre ainda reflete altos índices de vulnerabilidade. Programas sociais foram reduzidos, afetando principalmente a população de baixa renda. No entanto, há sinais de que o pior momento da crise pode estar passando, com indicadores econômicos mostrando pequenas melhoras.
Sinais de recuperação e desafios futuros
Apesar da recessão, alguns sinais de recuperação começam a surgir. Dados indicam que o crescimento salarial tem superado a inflação pelo sexto mês consecutivo, o que pode aliviar parte da pressão sobre os consumidores. A produção manufatureira também apresentou ganhos recentes, sugerindo que setores da economia estão começando a se estabilizar. A inflação, que foi um dos maiores problemas do país nos últimos anos, está desacelerando gradualmente.
No entanto, os desafios ainda são significativos. O PIB argentino deve contrair 3,6% este ano, de acordo com previsões do Banco Central. O governo está em negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um novo empréstimo, o que poderia proporcionar alívio financeiro. O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que as discussões estão em andamento, focando no valor dos recursos e como eles serão integrados à economia.
Com a continuidade das reformas e a busca por estabilidade fiscal, a Argentina enfrenta um caminho incerto, mas com perspectivas cautelosas de recuperação a médio prazo.