Dívida pública federal sobe 2,77% em junho, ultrapassa R$ 7,8 trilhões com emissão líquida de R$ 154 bi e apropriação de juros
Panorama do endividamento federal
A Dívida Pública Federal avançou 2,77% em junho e chegou a R$ 7,883 trilhões, segundo dados do Tesouro Nacional divulgados nesta segunda-feira (28). O montante superou os R$ 7,67 trilhões registrados em maio, impulsionado por emissão líquida de R$ 154,6 bilhões em títulos e incorporação de R$ 65,13 bilhões em juros.
A dívida interna Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) subiu 2,99%, de R$ 7,361 trilhões para R$ 7,581 trilhões, enquanto a dívida externa (DPFe) caiu 2,28%, de R$ 309,17 bilhões para R$ 302,12 bilhões, reflexo da queda do dólar. Segundo o Plano Anual de Financiamento (PAF), o estoque da dívida deve encerrar o ano entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.
Detalhes sobre emissões, juros e liquidez
Em junho, o Tesouro Nacional emitiu R$ 154,6 bilhões a mais do que resgatou em títulos da dívida interna, favorecido pelo baixo volume de vencimentos, que somaram apenas R$ 6,69 bilhões. A apropriação de juros também impulsionou o total, contribuindo com R$ 65,13 bilhões.
A reserva de liquidez — ou “colchão da dívida” — cresceu 19,6%, de R$ 861 bilhões para R$ 1,03 trilhão, o maior valor desde julho de 2024. Essa reserva cobre hoje 8,44 meses de vencimentos federais previstos para os próximos 12 meses, estimados em R$ 1,236 trilhão.
Perfil, custo e detentores da dívida
A composição da dívida manteve-se próxima das metas do Tesouro Nacional. A participação dos títulos atrelados à inflação caiu levemente, de 26,64% para 26,45%. Os prefixados subiram de 21,1% para 21,57%, enquanto os atrelados à Selic passaram de 48,25% para 48,16%. Os vinculados ao câmbio recuaram de 4,02% para 3,82%.
O prazo médio da dívida caiu de 4,20 anos para 4,14 anos, dentro da faixa estipulada pelo PAF (3,8 a 4,2 anos). Entre os principais detentores da dívida estão instituições financeiras (31,3%), fundos de previdência (23,1%) e fundos de investimento (22,1%). A participação dos estrangeiros diminuiu de 9,9% para 9,8%, ainda abaixo do pico recente de 11,2% registrado em novembro de 2024.