Governo dos EUA impõe tarifa de 104% à China a partir de 9 de abril. Medida agrava tensão comercial e gera reação imediata de Pequim
Os Estados Unidos confirmaram que a partir desta quarta-feira (9), entrarão em vigor tarifas de 104% sobre produtos importados da China. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou a medida nesta terça-feira (8), destacando que países que retaliam os EUA estão cometendo um erro.
Inicialmente, os EUA impuseram uma tarifa de 34% sobre produtos chineses. Em resposta, a China aplicou tarifas equivalentes sobre produtos americanos e anunciou restrições à exportação de terras raras, essenciais para a fabricação de eletrônicos e armamentos. Diante dessa retaliação, o presidente Donald Trump ameaçou aumentar as tarifas em mais 50%, totalizando os atuais 104%.
Reações internacionais e impacto econômico
A escalada nas tarifas gerou preocupações globais. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, classificou a retaliação chinesa como um erro significativo, enfatizando que a China tem mais a perder em uma guerra tarifária devido ao superávit comercial que mantém com os EUA. Além disso, a União Europeia considerou implementar contramedidas, enquanto países como Japão e Coreia do Sul optaram por negociações diplomáticas.
Os mercados financeiros reagiram negativamente. As ações dos EUA recuaram com a notícia das tarifas, revertendo ganhos anteriores que refletiam esperanças de negociações. Na Ásia, as bolsas chinesas e de Hong Kong sofreram quedas significativas, apesar dos esforços de Pequim para estabilizar os mercados.
O governo chinês rejeitou as ameaças dos EUA, classificando-as como “chantagem” e prometendo “lutar até o fim” em defesa de seus interesses comerciais. Além das tarifas retaliatórias, a China apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as medidas americanas.
A imposição dessas tarifas sinaliza uma intensificação na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Observadores internacionais alertam para os riscos de uma recessão global caso o conflito não seja resolvido em breve. Empresas americanas com operações na China, especialmente nos setores de tecnologia e manufatura, podem enfrentar desafios significativos, incluindo aumento de custos e interrupções na cadeia de suprimentos.