Fast Shop encerrará 11 unidades e um CD após investigação e acordo com o MP; medidas visam eficiência operacional e compliance
Motivos e contexto
A Fast Shop informou que fechará 11 lojas físicas e um centro de distribuição como parte de reestruturação interna. A decisão ocorre após a Operação Ícaro e um acordo com o Ministério Público de São Paulo. O encerramento será gradual, com fases previstas para 8, 12 e 31 de outubro. A rede ainda opera cerca de 80 unidades distribuídas entre as marcas Fast Shop, M1 e A2You.
Segundo a empresa, o movimento visa priorizar pontos de venda alinhados à estratégia futura, com foco na eficiência operacional. A reestruturação já estava em estudo antes dos desdobramentos públicos. A companhia garantiu que as demais lojas seguirão com funcionamento normal durante o processo. A Fast Shop enfatiza que revisões estruturais são necessárias para se adaptar ao cenário competitivo e digital. A medida também atende cláusulas do acordo firmado com o MP, que exigem mudanças de governança.
Etapas de encerramento
A Fast Shop iniciou a primeira fase do fechamento nesta quarta-feira (8), encerrando as operações de quatro unidades: Aricanduva, Boulevard Tatuapé e Interlagos, em São Paulo, e A2You, em Curitiba. A segunda fase, agendada para 12 de outubro, fechará seis lojas e o centro de distribuição no Ceará, incluindo unidades no Iguatemi Salvador (BA), RioMar Fortaleza (CE), e três lojas em shoppings paulistas: M1 Itaquera, M1 SP Market e Fast Shop SP Market.
A Fast Shop programou a fase final para 31 de outubro, quando encerrará as lojas Barra Salvador (BA) e M1 Litoral Plaza, em Praia Grande (SP). Com isso, a reestruturação afetará diretamente as operações da empresa na Bahia, no Ceará, em São Paulo e no Paraná. O centro de distribuição a ser fechado está localizado em Fortaleza, no Ceará. A reestruturação também afetará as unidades da marca A2You, com destaque para a loja localizada em Curitiba. A reestruturação atende à necessidade de ajustar presença física segundo indicadores de rentabilidade e desempenho por localização.
Acordo com o MP
Executivos da Fast Shop firmaram acordo de não persecução penal com o MP-SP em 16 de setembro, aceitando pagar R$100 milhões como prestação pecuniária e devolver valores supostamente desviados. Esse acordo permite que executivos admitam o ilícito e evitem processo penal, desde que cumpram obrigações como adoção de compliance. Entre as exigências, a empresa deverá implementar práticas anticorrupção em todas as unidades remanescentes.
O diretor estatutário Mário Otávio Gomes, preso na Operação Ícaro, junto com os sócios Milton e Júlio Kakumoto, são partes desse acordo. O pagamento da multa será dividido em 15 parcelas. A Fast Shop também assumiu o compromisso de reavaliar sua estrutura corporativa, inclusive as diretorias e operações físicas. O movimento busca recuperar credibilidade junto a stakeholders, fornecedores e ao mercado financeiro. Analistas do setor consideram o plano uma medida de contenção de danos, mas alertam que o mercado só perceberá o impacto comercial e reputacional nos próximos meses.







