Joe Biden é diagnosticado com câncer de próstata agressivo com metástase óssea; equipe médica avalia tratamento
Doença foi identificada após sintomas urinários
O ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden, de 82 anos, foi diagnosticado com um câncer de próstata em estágio agressivo. Sua assessoria de imprensa divulgou a informação neste domingo (18), embora os médicos tenham feito o diagnóstico na sexta-feira (16), após uma consulta motivada por sintomas urinários persistentes.
De acordo com o comunicado oficial, os exames revelaram um tumor com escore de Gleason 9, o que representa o grau mais elevado de agressividade da doença. Esse tipo de câncer é conhecido por seu potencial de rápida disseminação. Exames adicionais confirmaram que o tumor já provocou metástases nos ossos.
O câncer é considerado sensível a hormônios, o que permite opções terapêuticas para retardar o avanço da doença, ainda que a cura não esteja garantida. Biden e sua família estão em consulta com uma equipe médica especializada para definir o plano de tratamento mais adequado.
Reações políticas
Após o anúncio, líderes políticos de diferentes espectros se manifestaram em solidariedade. O presidente Donald Trump, adversário histórico de Biden, publicou mensagem de apoio na rede Truth Social. Ele disse que está “entristecido” com a notícia e desejou “rápida e bem-sucedida recuperação” ao democrata.
Kamala Harris, vice-presidente durante a gestão Biden, afirmou em nota que o ex-presidente “é um lutador” e que “enfrentará esse desafio com a força e dignidade que sempre demonstrou”. Barack Obama, presidente entre 2009 e 2017, reforçou o apoio a seu ex-vice, destacando o trabalho de Biden na luta contra o câncer.
A ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, o atual presidente da Casa Mike Johnson e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton também expressaram solidariedade. “Joe Biden é um patriota. Milhões rezam por sua recuperação”, declarou Pelosi.
Histórico de saúde
O diagnóstico ocorre quase um ano após Biden desistir da candidatura à reeleição em 2024, decisão tomada em meio a dúvidas crescentes sobre sua saúde e cognição. Ele havia enfrentado críticas após um debate considerado fraco contra o então adversário republicano, Donald Trump.
Desde que deixou a Casa Branca, Biden fez poucas aparições públicas. Em abril, participou de uma conferência sobre direitos das pessoas com deficiência. No mês seguinte, concedeu entrevista à BBC, sua primeira desde 2023, onde admitiu que deixar a corrida presidencial foi “doloroso, mas necessário”.
Joe Biden enfrentou episódios difíceis ao longo da vida: perdeu a primeira esposa e a filha em 1972, sobreviveu a dois aneurismas cerebrais em 1988 e viu seu filho Beau morrer de câncer em 2015. Em 2023, ele também teve um carcinoma basocelular retirado do peito.
O câncer de próstata
O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre homens nos Estados Unidos, atrás apenas do câncer de pele. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimam que cerca de 13 em cada 100 homens americanos receberão o diagnóstico da doença ao longo da vida.
A escala de Gleason, usada para medir a agressividade do câncer, vai de 6 a 10. Biden recebeu nota 9, considerada “grupo 5”, a mais grave. Em casos avançados como o dele, a terapia hormonal pode retardar a progressão da doença, mas não representa cura definitiva. A revelação do diagnóstico coincidiu com o lançamento do livro Original Sin, dos jornalistas Jake Tapper (CNN) e Alex Thompson (Axios), que expõe os bastidores da decisão de Biden de não disputar um segundo mandato.