Justiça fluminense determina prisão preventiva do rapper Oruam após confusão com a polícia e suspeita de associação ao Comando Vermelho
A Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão preventiva de Mauro Davi Nepomuceno, o rapper Oruam, nesta terça-feira (22), após uma operação policial em sua casa no Joá. Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) foram ao local após receberem denúncia de que um menor ligado ao Comando Vermelho estaria escondido ali. O jovem seria segurança de Edgar Alves de Andrade, o Doca, um dos chefes da facção.
Durante a abordagem, houve confronto entre policiais e pessoas próximas ao cantor. Pedras foram arremessadas contra os agentes, e o adolescente conseguiu fugir mesmo após ser colocado em uma viatura. Oruam filmou o delegado Moyses Santana e o xingou nos stories. Em outro vídeo, já no Complexo da Penha, desafiou os policiais a prendê-lo. Ele também afirmou ser “filho do Marcinho”, em referência a Marcinho VP. O episódio repercutiu nas redes e intensificou a pressão sobre a polícia. Oruam já havia se envolvido em outras ocorrências policiais nos últimos meses.
Decisão judicial aponta risco à ordem pública
O Plantão Judiciário expediu o mandado de prisão preventiva após receber o pedido do Ministério Público. A Justiça baseou a decisão nos artigos 311 a 313 do Código de Processo Penal. A juíza afirmou que a prisão se faz necessária para garantir a ordem pública e evitar prejuízo às investigações. Oruam foi indiciado por resistência qualificada, desacato, lesão corporal, ameaça, dano, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
O delegado Felipe Curi, secretário da Polícia Civil do RJ, declarou que o rapper é “marginal da pior espécie” e possui ligação direta com o Comando Vermelho. A decisão judicial ainda destacou os riscos da liberdade de Oruam para a segurança e a aplicação da lei penal. O histórico recente do artista pesou na avaliação da juíza, que considerou a possibilidade de reiteração criminosa.
Histórico de polêmicas e vida de ostentação
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos líderes históricos do Comando Vermelho, preso desde 1996. Em 2023, causou polêmica ao subir no palco do Lollapalooza com uma camiseta que pedia “liberdade para Marcinho VP”. O rapper também tem tatuado o nome de Elias Maluco, assassino do jornalista Tim Lopes. Ostenta carros como Porsche e Audi, além de um gato da raça Savannah avaliado em até R$ 120 mil.
Em fevereiro, a polícia prendeu Oruam por abrigar um foragido da Justiça armado dentro de casa. Na mesma semana, a polícia deteve Oruam por direção perigosa após ele realizar uma manobra arriscada diante dos agentes. Em junho, participou de uma manifestação em frente ao Complexo de Gericinó durante a soltura do MC Poze. A defesa de Oruam ainda não se pronunciou sobre a decisão da Justiça.






