Neste domingo, dia 2 de abril, é o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A data, estabelecida pela ONU, em 2.007, tem como objetivo levar informações para a sociedade sobre o autismo, e, consequentemente, reduzir o preconceito e a discriminação sobre o transtorno do espectro autista (TEA). Esses transtornos aparecem, na maioria dos casos, nos primeiros cinco anos de vida, e duram por toda a vida.
Segundo a pedagoga Carminha Cavallini, diretora da Casa Montessori DF, da La Casa Dei Bambini e especialista no método Montessori, o autismo se faz muito presente na educação infantil e a escola deve estar preparada para receber essas crianças e para trabalhar não apenas as atividades curriculares, mas também tudo o que envolve sua vida cotidiana.
“Com a metodologia Montessori, o processo torna-se mais fácil porque trabalha com materiais concretos e manipuláveis, além de sensório motores, que é quando a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam. Uma outra vantagem no método Montessori é o ambiente preparado, pois a criança com o transtorno do espectro autista necessita de rotina, previsão e da observação, para contribuir e aumentar a relação do aluno com o meio e com os recursos favorecendo a liberdade e a autonomia”, afirmou a especialista.
Vale destacar que a metodologia Montessori tem como princípios básicos: o desenvolvimento da independência e da autoconfiança; o estímulo à criatividade; o desenvolvimento da coordenação motora e habilidades cognitivas; auxilia na habilidade de resolução de problemas e conflitos; promove a boa autoestima; aumenta a sensibilidade; desenvolve um bom senso de comunidade e compartilhamento, promovendo a paz e autonomia consciente.
O nível de autismo pode ser dividido em três grupos: existem aqueles que possuem ausência completa de qualquer contato interpessoal, são incapazes de aprender a falar, e tem uma incidência de movimentos estereotipados, repetitivos e também possuem deficiência mental; há, outros, que ficam mais voltados para si mesmos, não estabelecem contato visual com as pessoas e nem com o ambiente, que consegue falar, mas não usam a fala como ferramenta de comunicação, além de terem dificuldade de compreenderem certas coisas; e, o terceiro grupo, que são aqueles que têm o domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior a outras pessoas que não tenham o transtorno, uma menor dificuldade de interação social, o que faz com que eles tenham um dia a dia bem parecido com de outros indivíduos.
O autismo é um transtorno crônico, mas que conta com esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico e aplicados por uma equipe multidisciplinar. Envolve a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores. Além disso, é muito importante que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, afinal, nenhum autista é igual ao outro.