Trump retira tarifa de 40% sobre produtos brasileiros após diálogo com Lula; medida beneficia carne, café, frutas e combustíveis
Relação comercial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada da tarifa de 40% aplicada a mais de 200 produtos brasileiros. A decisão representa um alívio significativo para setores como carne bovina, café, cacau, frutas tropicais e diversos itens agrícolas. A ordem executiva publicada pela Casa Branca explica que a medida foi tomada após conversas diretas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A isenção também será retroativa, alcançando todas as cargas que entraram no país desde 13 de novembro. A revisão da tarifa considerou recomendações de conselheiros econômicos que avaliaram os impactos do decreto anterior.
Segundo o governo americano, houve progresso nas negociações bilaterais desde o início de outubro. A retirada da alíquota adicional atende a pedidos do Itamaraty e de vários setores do agronegócio brasileiro. A mudança inclui ainda combustíveis fósseis, produtos químicos e derivados de carvão. A Casa Branca reforçou que outras fases de negociação seguirão nos próximos meses. O anúncio encerra semanas de especulação sobre os rumos do comércio entre os dois países. A medida também marca uma inflexão após meses de tensões tarifárias.
Conversas diplomáticas
Trump destacou que a conversa com Lula em 6 de outubro foi determinante para iniciar a revisão das tarifas. O encontro presencial entre os presidentes na Malásia, semanas depois, fortaleceu o diálogo. O chanceler Mauro Vieira também contribuiu ao se reunir com autoridades americanas em Washington. O governo brasileiro vinha pressionando pela suspensão das sobretaxas desde agosto, quando o tarifaço entrou em vigor. A justificativa inicial de Trump envolvia pressão política e alegações de déficit comercial.
A Casa Branca chegou a aplicar tarifas adicionais de 10% sobre vários itens de importação global. Ainda assim, quase 700 exceções foram criadas, isentando parte relevante das exportações brasileiras. Setores como o de café e carne continuaram sofrendo impacto direto nas vendas. A queda nas exportações brasileiras gerou forte reação entre produtores. Eleitores americanos também criticaram o aumento de preços interno, especialmente no café. A insatisfação popular elevou a pressão política contra o tarifaço. A decisão final de Trump reflete uma combinação de diplomacia, pragmatismo econômico e interesse eleitoral.
Reações no Brasil
Lula celebrou publicamente a retirada das tarifas e classificou a medida como vitória do diálogo. Ele afirmou que pretende aprofundar as negociações comerciais nas próximas semanas. O Itamaraty divulgou nota dizendo receber a decisão com satisfação. A pasta reforçou que pretende buscar a retirada das demais tarifas remanescentes. Exportadores brasileiros comemoraram o anúncio, que pode reaquecer o fluxo de vendas para os EUA.
O setor cafeeiro, que registrou queda de 54% nas exportações em outubro, prevê retomada gradual. Economistas avaliam que a medida reduz incertezas e aumenta a competitividade brasileira. O governo brasileiro aposta que o alívio tarifário fortalecerá as negociações de um acordo comercial setorial. A expectativa é de que os próximos 90 dias definam os novos termos da relação entre Brasil e Estados Unidos. A remoção da sobretaxa também deve contribuir para estabilizar preços no mercado americano. A decisão, portanto, sinaliza possível reaproximação econômica e política entre os dois países.







