Ricardo Nunes e Guilherme Boulos avançam no segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, com Pablo Marçal surpreendendo. Apoios políticos e estratégias marcaram a campanha
A cidade de São Paulo terá uma disputa acirrada para a prefeitura, com Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) avançando para o segundo turno. Nunes obteve 29,48% dos votos válidos, enquanto Boulos obteve 29,07%. Pablo Marçal (PRTB), que também se destacou na campanha, ficou em terceiro lugar com 28,14%. Essa eleição já promete ser uma das mais marcantes da história da capital paulista.
Com a votação marcada para 27 de outubro, os eleitores deverão escolher entre a continuidade da gestão de Nunes e as propostas progressistas de Boulos, ambas com apoio a figuras políticas de peso no cenário nacional.
A força dos padrinhos políticos
Ricardo Nunes, que busca a reeleição, contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Apesar do apoio mais distante de Bolsonaro, Tarcísio atuou na campanha do atual prefeito, que conseguiu formar um arco de alianças com 11 partidos. Esse apoio garantiu a Nunes um espaço significativo na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, equivalente a 65% do total de inserções.
Por outro lado, Guilherme Boulos recebeu o endosso de Lula, ex-presidente e um dos principais nomes da política nacional. Lula foi responsável por atrair Marta Suplicy de volta ao Partido dos Trabalhadores, onde ela se juntou a Boulos como candidata a vice-prefeita. A presença de Marta trouxe mais contribuições à chapa de Boulos, ajudando-o a conquistar votos entre votos mais moderados.
Resultado do outros candidatos
Pablo Marçal chamou atenção por sua campanha agressiva, focada principalmente em redes sociais. Com uma estratégia de ataques diretos aos adversários, especialmente Boulos, ele conseguiu polarizar a disputa e aumentar sua visibilidade. Apesar de não ter presença garantida no segundo turno, Marçal obteve 28,14% dos votos, surpreendendo ao superar outros candidatos mais experientes.
Entre os demais candidatos, Tabata Amaral (PSB) ficou com 9,91% dos votos, ficando em quarto lugar. José Luiz Datena (PSDB), famoso apresentador de TV, teve um desempenho abaixo das expectativas, com apenas 1,84% dos votos. Marina Helena Santos (Novo) fechou a disputa com 1,38%. As campanhas dos candidatos menores tiveram menos visibilidade, já que não tinham acesso à propaganda gratuita na televisão e na rádio, o que afetou diretamente seu desempenho.
Apesar de não ter conseguido ir ao segundo turno, Marçal foi protagonista de vários momentos polêmicos, como o embate com Datena, que culminou em uma agressão física durante um debate televisivo. O uso de uma retórica mais agressiva gerou grandes perdas, mas conseguiu garantir sua ascensão nas pesquisas.