Seis pacientes no Rio de Janeiro foram infectados com HIV após transplantes de órgãos, levando a investigações das autoridades
O que aconteceu
Seis pacientes no Rio de Janeiro foram diagnosticados com HIV após receberem transplantes de órgãos. A notícia foi revelada nessa sexta-feira, 11 de outubro, pela rádio BandNews FM. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) confirmou os casos e informou que os exames dos doadores apresentaram “falsos negativos”.
Os testes foram realizados pelo PCS LAB, um laboratório de Nova Iguaçu, contratado emergencialmente em dezembro do ano passado. Novos exames, feitos pelo Hemorio, revelaram a presença do vírus HIV nas amostras. A situação foi descoberta quando um paciente, que recebeu um coração há nove meses, começou a apresentar sintomas neurológicos.
Resposta das autoridades
Claudia Maria Braga de Mello, secretária de Saúde do estado, afirmou que o laboratório foi interditado e não está mais em funcionamento. Todos os exames agora são realizados pelo Hemorio. “Foi um caso sem precedentes”, declarou a secretária em entrevista.
Uma sindicância foi instaurada para investigar e punir os responsáveis. A SES-RJ formou uma comissão multidisciplinar para acolher os pacientes afetados. A secretaria também está rastreando e reexaminando amostras de sangue de doadores colhidas desde dezembro de 2023.
O caso é considerado “inadmissível” pela SES-RJ. A secretaria ressaltou que o serviço de transplantes no estado sempre foi reconhecido por sua excelência, salvando mais de 16 mil vidas desde 2006.
Investigação em andamento
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) instaurou um inquérito civil para apurar as irregularidades. O caso está sendo investigado pela 5ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Saúde da Capital. O MPRJ destacou que está à disposição para ouvir as famílias afetadas e receber denúncias.
A secretária de Saúde mencionou que uma equipe multidisciplinar, incluindo assistentes sociais e psicólogos, está em contato com os pacientes. Algumas visitas já estão sendo realizadas em domicílio.
As redes sociais da PCS LAB estão inativas, e procuraram a Anvisa, que ainda não se manifestou. A sociedade aguarda mais informações sobre o desdobramento desta situação alarmante.