Rebranding ousado da Jaguar gera controvérsia ao abandonar tradição em busca de nova identidade elétrica e ultra-luxo, levantando debates sobre modernização
Mudança radical: um futuro sem o felino
A Jaguar surpreendeu o mercado ao anunciar um rebranding ousado que remove o icônico símbolo do felino e adota um visual moderno e vibrante. Com um novo logotipo de estilo minimalista, cores inusitadas como rosa e amarelo, e vídeos publicitários sem carros, a marca busca se posicionar como uma referência em luxo elétrico. Essa transformação faz parte da estratégia de focar em veículos elétricos, mirando rivais como Bentley e Aston Martin. A mudança, porém, gerou reações intensas. Fãs lamentam a perda da conexão com a história de quase 90 anos da montadora britânica.
Críticas destacam a distância do novo design em relação à tradição da Jaguar, considerada um símbolo de elegância clássica. O CEO da Jaguar, Adrian Mardell, defende que a campanha, apelidada de “modernismo exuberante”, preserva o espírito inovador da marca, essencial para atrair um público mais jovem e conectado às tendências tecnológicas e culturais.
Polêmica e estratégia de reposicionamento
Elon Musk ironizou o rebranding, questionando se a Jaguar ainda vende carros, enquanto outros compararam a situação ao fracasso do rebrand da Gap em 2010. Por outro lado, especialistas como o designer Brian Collins elogiaram a ousadia da decisão, afirmando que a iniciativa, apesar de arriscada, destaca a marca em um mercado competitivo. O reposicionamento traz à tona um dilema enfrentado por marcas tradicionais: até que ponto modernizar sem perder a identidade?
A Jaguar promete revelar um carro-conceito na Art Week de Miami, em dezembro, apresentando como a nova filosofia visual se traduz em produto. A montadora se prepara para lançar três modelos elétricos até 2026, incluindo um GT de luxo, sinalizando um futuro focado na exclusividade e inovação. Esse movimento pode redefinir o papel da Jaguar no mercado automotivo, mas a reação dos consumidores ainda será decisiva.