Terremoto de 7,7 graus em Mianmar deixa mais de 2 mil mortos. Tailândia busca sobreviventes em prédio que desabou em Bangkok
O forte terremoto que atingiu Mianmar na sexta-feira (28) deixou um rastro de destruição e aumentou ainda mais a crise humanitária no país. Até este domingo (30), o número de mortos já ultrapassava 2 mil, de acordo com a junta militar que governa o país. Mais de 3,9 mil pessoas ficaram feridas e cerca de 270 seguem desaparecidas. Hospitais em várias regiões estão sobrecarregados e carecem de recursos básicos para atender às vítimas.
A infraestrutura do país foi severamente comprometida, com estradas, pontes e ferrovias danificadas. Imagens de satélite mostraram que uma ponte crucial sobre o rio Irrawaddy, que conecta a cidade de Sagaing a Mandalay, colapsou, dificultando a chegada de ajuda às áreas afetadas.
Tailândia lida com colapso de arranha-céu
Na Tailândia, o terremoto causou o desabamento de um arranha-céu em construção na capital, Bangkok. O número de mortos subiu para 19, enquanto ao menos 75 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros. Equipes de resgate, utilizando cães farejadores e drones, intensificaram as buscas por sobreviventes, mas enfrentam dificuldades devido à instabilidade da estrutura.
O comandante da polícia tailandesa, Teerasak Thongmo, destacou que a primeira fase do resgate, considerada essencial para salvar vidas, se concentra nas primeiras 72 horas após o desmoronamento. Familiares dos desaparecidos aguardam ansiosos por notícias, enquanto equipes tentam encontrar sinais de vida sob os destroços.
Resposta internacional
Diante da magnitude da tragédia, países vizinhos enviaram equipes de socorro e suprimentos médicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) encaminhou quase três toneladas de suprimentos para Mianmar, enquanto a China e a Índia também mobilizaram ajuda emergencial.
Entretanto, a instabilidade política e o conflito interno em Mianmar complicam os esforços de resgate e assistência humanitária. Desde o golpe militar de 2021, o país enfrenta uma guerra civil que já deslocou mais de 3,5 milhões de pessoas. O governo de oposição, conhecido como Governo de Unidade Nacional (NUG), anunciou uma trégua de duas semanas para permitir a chegada da ajuda humanitária às áreas mais afetadas.
O general sênior Min Aung Hlaing, líder da junta militar, admitiu que a situação é crítica e apelou por mais apoio internacional. “Precisamos restaurar as rotas de transporte o mais rápido possível para facilitar os resgates”, afirmou ele, ressaltando a necessidade de reparos urgentes em rodovias, ferrovias e aeroportos.
Esperança entre os escombros
Em Mandalay, uma das cidades mais afetadas, equipes de resgate relatam dificuldades para remover vítimas presas sob edifícios desmoronados. A escassez de equipamentos pesados e a destruição generalizada impedem a ação rápida. Um vídeo divulgado por moradores mostrou pacientes sendo atendidos ao ar livre em um hospital ortopédico, evidenciando o colapso do sistema de saúde local.
Na Tailândia, o resgate de uma mulher com vida após 48 horas sob os escombros renovou as esperanças de encontrar mais sobreviventes. “Ainda há chances”, disse um dos socorristas envolvidos na operação.
A tragédia reforça a necessidade de uma resposta humanitária ágil e coordenada, enquanto milhares de pessoas aguardam ajuda em meio aos escombros e à devastação.